Justiça argentina embarga bens de filhos da ex-presidente Cristina Kirchner


Buenos Aires, 30 dez (EFE).- A Justiça da Argentina determinou nesta sexta-feira o embargo dos bens da herança do falecido ex-presidente Néstor Kirchner que pertencem aos dois filhos que teve com a também ex-mandatária Cristina Kirchner, dentro da causa que investiga supostas irregularidades na empresa Hotesur.

O juiz federal Julián Ercolini embargou 16 imóveis de Máximo e Florencia Kirchner que integravam a herança do falecido ex-presidente (2003-2007), assim como a parte dessa sucessão que tinha sido cedida a seus filhos por Cristina, sua viúva, no último mês de março.

O embargo responde a um pedido feito na semana passada pelos promotores Gerardo Pollicita e Ignacio Mahiques no marco da causa que investiga supostas irregularidades na gestão da Hotesur, a administradora de hotéis de propriedade da família.

Segundo informou nesta sexta-feira a agência estatal "Télam", Ercolini determinou também o confisco de um veículo e da participação societária dos filhos nas empresas Los Sauces, Hotesur e Coma SA, avaliada em 13,7 milhões de pesos (US$ 850.000), já que os promotores consideram que todas elas integraram o mesmo entrecruzado societário que é investigado.

Em sua solicitação, Pollicita e Mahiques consideraram que existem "sólidos indicadores que demonstram a intenção das pessoas investigadas de diluir o volumoso patrimônio que registram de forma que não possa ser tutelado pela Justiça", de modo que o embargo preventivo permitirá "resguardar os valores que eventualmente poderiam ser confiscados".

O caso Hotesur foi aberto por causa de uma denúncia apresentada em novembro de 2014 pela deputada de centro-esquerda Margarita Stolbizer, que acusou a ex-presidente (2007-2015) e outros funcionários de seu governo de supostos crimes de violação dos deveres de funcionário público e abuso de autoridade na gestão da empresa.

A deputada assegurava que o Hotel Alto Calafate, um estabelecimento de luxo situado na vila turística de El Calafate, propriedade da Hotesur, podia ser um alojamento "fantasma" usado então pelo casal Kirchner para fazer supostos negócios irregulares junto ao empresário Lázaro Báez.

O expediente procura determinar se o ex-casal presidencial e seus filhos foram beneficiados de forma "sistemática e coordenada" pelos pagamentos que os empresários adjudicatários de obra pública "favorecidos" pelo Estado "teriam realizado em favor deles".

Dentro da mesma investigação, no último mês de julho a Justiça impôs um embargo sobre US$ 4,66 milhões contidos nas caixas de segurança de propriedade de Florencia, assim como US$ 1,03 milhão de uma conta bancária e US$ 3.300 de outra, um dinheiro que a jovem disse que era produto da herança de seu pai e da cessão efetuada por sua mãe.


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